A revolução trazida pela IA não só mudou as regras do jogo, mas também nivelou o campo de batalha no mundo da publicidade e do marketing. Agora, quando todos os players têm acesso a tecnologias poderosas, a diferenciação está em outro lugar: na criatividade. Se antes o termo “criação” estava restrito a um grupo seleto, hoje ele permeia todos os níveis da organização e vai além.
A pandemia foi um catalisador que jogou luz sobre esse novo significado da criação. Pessoas comuns, sem treinamento formal, começaram a usar plataformas digitais para expressar suas paixões, alcançando audiências globais. Essa democratização da criatividade permitiu que novos chefs, gamers e contadores de histórias encontrassem e se conectassem com públicos que estavam famintos por autenticidade. Esse movimento mostra que a criatividade não está mais confinada a especialistas; ela é uma moeda de troca universal.
O novo papel da criatividade no marketing
Com a automação nivelando os retornos de mídia, o trabalho criativo emergiu como o diferencial competitivo mais importante. Em um cenário onde o gasto com criação já supera o crescimento do gasto com mídia, o trabalho criativo se torna a chave para gerar ROI e destacar-se em um mercado saturado.
É preciso estar atento em como as mudanças no comportamento do consumidor, combinadas com o poder crescente da IA, estão moldando o futuro da criatividade. O que antes eram conceitos antagônicos, como arte versus ciência ou marca versus performance, agora se mostram interdependentes.
A economia dos criadores: vozes diversas moldando o futuro
Um dos aspectos mais marcantes desse novo cenário é a ascensão da economia dos criadores. Plataformas digitais abriram portas para vozes diversas, que agora contribuem com perspectivas únicas para o marketing tradicional. Este movimento está forçando as marcas a repensarem sua abordagem, integrando criadores de conteúdo em suas estratégias para criar conexões mais autênticas e significativas com os consumidores.
A verdadeira inovação não vem de seguir regras pré-estabelecidas, mas de experimentar, criar algo novo, algo diferente. E, com a proliferação de ferramentas digitais, experimentar nunca foi tão fácil e tão crucial.
Automação: uma aliada na liberação da criatividade
Por mais que a IA e a automação tenham simplificado muitas tarefas, o verdadeiro valor dessas tecnologias está em sua capacidade de liberar o potencial criativo dos profissionais. Quando aceitamos a IA como uma colaboradora, e não como concorrente, ela pode fazer o que o cérebro humano não consegue: processar enormes volumes de dados e gerar insights que alimentam a criatividade.
Um exemplo disso é a mensuração potencializada pela IA, que está transformando a forma como interpretamos e aplicamos dados, resultando em campanhas publicitárias mais eficazes. As tecnologias centradas na criatividade, como plataformas de marketing de influência e gerenciamento de ativos digitais, têm crescido rapidamente, evidenciando que a fusão entre IA e criatividade é o caminho para o futuro.
Comércio em qualquer lugar: uma nova dimensão para a criatividade
A experiência de compra, que antes se limitava a uma loja física ou a um site, agora se expande para incluir interações em redes sociais, transmissões ao vivo e até em mundos virtuais. Nesse novo cenário, cada ponto de contato é uma oportunidade de conversão, e as marcas que conseguirem se destacar nessa “era do comércio em qualquer lugar” vão liderar o futuro da publicidade.
Essa nova realidade é uma oportunidade única para as marcas que estão dispostas a abraçar a criatividade como fator de diferenciação. Mais do que nunca, é essencial que as marcas se reinventem, se conectem com seu público de maneira genuína e usem a criatividade para criar experiências memoráveis e impactantes.
No final, a mensagem é clara: na era da automação, a criatividade é o novo campo de batalha, e quem souber aproveitá-la, não apenas sobreviverá, mas prosperará.
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Marcos Figueira é sócio da Wyse Brandformance (https://wyse.com.br), um mix de agência e consultoria especializada em Branding e Marketing que atuam de forma integrada.
Referências
- Amabile, T. M. (1998). “How to Kill Creativity.” Harvard Business Review, 76(5), 76-87.Este artigo clássico explora como as organizações podem, inadvertidamente, sufocar a criatividade, e o que pode ser feito para fomentá-la, mesmo em ambientes altamente estruturados.
- Leigh, M., & Maynard, P. (2022). “Creativity in the Age of Artificial Intelligence: A Conceptual Framework for Creative AI.” International Journal of Information Management, 63, 102413.Um estudo aprofundado que discute como a IA pode ser integrada no processo criativo sem substituir a intuição humana.
- Boden, M. A. (2016). “AI: Its Nature and Future.” Oxford University Press.Boden oferece uma visão geral de como a IA está evoluindo e seu impacto em áreas que tradicionalmente dependem da criatividade humana.
- Brown, T., & Katz, B. (2019). “Change by Design: How Design Thinking Creates New Alternatives for Business and Society.” HarperBusiness.Este livro foca no design thinking como uma metodologia que coloca a criatividade no centro da inovação, sendo relevante na era da automação.
- McKinsey & Company. (2018). “The Business Value of Design.”Um relatório da McKinsey que detalha como as empresas que integram o design e a criatividade em suas estratégias são capazes de obter um desempenho superior.