Quando falamos de Growth Hacking e Growth Marketing, pode parecer que estamos falando de conceitos intercambiáveis, mas a realidade é um pouco mais sutil e fascinante. Ambos os termos compartilham uma raiz comum na busca pelo crescimento rápido e sustentável, mas a forma como cada um aborda esse objetivo é onde reside a verdadeira diferença.
Growth Hacking surgiu como um termo pioneiro em um ambiente onde a inovação e a velocidade são cruciais. Criado por Sean Ellis, este conceito é muitas vezes associado a startups em seus estágios iniciais, buscando crescimento exponencial com recursos limitados. Pense em Growth Hacking como um laboratório de experimentos contínuos, onde a criatividade e a engenhosidade são essenciais. Um Growth Hacker se concentra em encontrar atalhos e alavancas não convencionais para impulsionar o crescimento. Isso pode envolver desde a exploração de brechas nos algoritmos de plataformas sociais até a implementação de hacks de produto que aumentam a viralidade e o engajamento.
Por outro lado, Growth Marketing traz uma abordagem mais estruturada e integrada ao jogo. Ele incorpora os princípios de Growth Hacking, mas com uma ênfase maior na construção de uma base sólida de marketing que se alinhe com os objetivos de longo prazo da empresa. Growth Marketing não é apenas sobre testes rápidos e mudanças constantes; é sobre a criação de estratégias de marketing sustentáveis que podem ser escaladas e replicadas. É aqui que vemos a fusão das técnicas tradicionais de marketing com a mentalidade ágil de um Growth Hacker.
Em minha experiência como professor em cursos de MBA, meus alunos frequentemente perguntam qual abordagem é melhor. A resposta, claro, depende do contexto e dos objetivos específicos da empresa. Para startups que precisam de resultados rápidos para garantir investimentos ou validação de mercado, o Growth Hacking pode ser a abordagem ideal. Um exemplo clássico é o do Airbnb, que utilizou um hack no Craigslist para aumentar sua base de usuários rapidamente. Eles criaram uma maneira de os usuários do Airbnb postarem seus anúncios diretamente no Craigslist, aproveitando a vasta audiência da plataforma sem gastar uma fortuna em marketing.
Por outro lado, empresas que já possuem uma base sólida e buscam crescimento sustentável podem se beneficiar mais de uma abordagem de Growth Marketing. Aqui, vemos o exemplo do HubSpot, que integrou práticas de Growth Hacking dentro de uma estrutura robusta de marketing de conteúdo e automação. O HubSpot não apenas focou em hacks rápidos, mas também investiu pesadamente na criação de conteúdo valioso e em estratégias de inbound marketing, resultando em um crescimento consistente e escalável ao longo do tempo.
A chave para escolher entre Growth Hacking e Growth Marketing está em entender as necessidades específicas do seu negócio e o estágio em que ele se encontra. Um não é necessariamente melhor que o outro; na verdade, eles podem complementar-se perfeitamente. Empresas podem começar com uma abordagem de Growth Hacking para ganhar tração rápida e, à medida que crescem, integrar técnicas de Growth Marketing para sustentar e escalar esse crescimento.
Referências acadêmicas corroboram essa visão integradora. Um estudo publicado na “Journal of Business Research” destaca que a adoção de técnicas ágeis e iterativas (como as de Growth Hacking) pode acelerar a inovação e o crescimento inicial, mas sublinha a importância de uma estrutura sólida para manter esse crescimento a longo prazo (Liu, Hu, & Li, 2019). Outro artigo na “International Journal of Research in Marketing” argumenta que estratégias de marketing bem estruturadas e sustentáveis são essenciais para a longevidade e a saúde financeira de uma empresa (Kumar & Shah, 2018).
Assim, ao invés de pensar em Growth Hacking versus Growth Marketing, é mais produtivo pensar em como esses dois conceitos podem se complementar e criar uma estratégia de crescimento holística e adaptável. A sinergia entre a criatividade ágil do Growth Hacking e a estrutura estratégica do Growth Marketing pode ser exatamente o que sua empresa precisa para alcançar o próximo nível.
Marcos Figueira é sócio da Wyse Brandformance (https://wyse.com.br), um mix de agência e consultoria especializada em Branding e Marketing que atuam de forma integrada.
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Referências:
- Liu, Y., Hu, Y., & Li, L. (2019). The impact of agile and iterative techniques on business innovation. Journal of Business Research, 104, 365-374.
- Kumar, V., & Shah, D. (2018). Building and sustaining profitable customer loyalty for the 21st century. International Journal of Research in Marketing, 35(2), 302-319.