A última década trouxe uma novidade surpreendente no marketing digital: os influenciadores virtuais. Em vez de pessoas de carne e osso, essas criações digitais estão ganhando espaço e, surpreendentemente, superando seus equivalentes humanos em engajamento, com uma média de 2,84% em comparação a 1,72% para influenciadores humanos. Esse fenômeno é destaque em um estudo detalhado pela Influencer Marketing Hub, que explora as dinâmicas dessa mudança.
A fascinação pelos personagens virtuais
A curiosidade humana é um motor potente, e os influenciadores virtuais têm capitalizado isso de maneira brilhante. Sua aparência impecável e histórias cuidadosamente roteirizadas criam um mundo de possibilidades narrativas.
Diferentemente dos humanos, eles não enfrentam limitações físicas e podem estar “ativos” 24 horas por dia, criando uma conexão quase constante com o público.
Além de sua disponibilidade contínua, esses personagens são mestres em inovar nas estratégias de conteúdo. Muitos utilizam realidade aumentada e experiências interativas, oferecendo algo que os humanos simplesmente não conseguem igualar em escala. Essa capacidade de inovar e se adaptar rapidamente é uma das razões pelas quais eles ressoam tão bem com as audiências digitais modernas.
Humanos e a necessidade de autenticidade
Por outro lado, os influenciadores humanos oferecem autenticidade e experiências reais que os personagens digitais ainda não conseguem replicar plenamente. Historicamente, a capacidade de compartilhar experiências de vida genuínas construiu confiança e criou relacionamentos profundos com os seguidores. Entretanto, em um mercado cada vez mais saturado, manter taxas de engajamento elevadas se tornou um desafio.
A flexibilidade dos influenciadores virtuais, com personalidades que podem ser ajustadas conforme o feedback e dados do público, dá a eles uma vantagem em se conectar de forma personalizada. Essa capacidade de adaptação quase imediata é algo que desafia os influenciadores humanos, limitados pela realidade e pelo tempo necessário para produzir conteúdo de alta qualidade.
A estratégia das marcas no novo cenário
Aqui na Wyse, testemunhamos como as marcas que incorporam influenciadores virtuais em suas estratégias de marketing têm explorado novas formas de criatividade e engajamento. Campanhas que combinam elementos do mundo real e digital oferecem experiências únicas, abrindo novos caminhos para interações de marca. Além disso, os influenciadores virtuais eliminam alguns dos riscos associados a personalidades públicas, já que cada ação e palavra podem ser controladas e monitoradas.
Questões éticas e o futuro
Ainda assim, a ascensão dos influenciadores virtuais levanta questões éticas importantes. Transparência e autenticidade são valores que os consumidores valorizam, e muitos podem questionar a validade de interações com personagens digitais. A longo prazo, as marcas precisarão equilibrar a inovação tecnológica com a autenticidade humana para criar conexões emocionais genuínas.
À medida que navegamos neste cenário em rápida mudança, é evidente que os influenciadores virtuais vieram para ficar. Eles estão moldando a próxima era do marketing digital, onde a combinação de criatividade, tecnologia e humanidade definirá o futuro das campanhas de sucesso.
Marcos Figueira é professor, palestrante, autor e sócio da Wyse (https://wyse.com.br), uma consultoria especializada em Branding, Marketing, Inovação e Transformação Digital.
Referências
- Influencer Marketing Hub. (2023). Virtual Influencers vs Human Influencers: A Comprehensive Analysis. Retrieved from Influencer Marketing Hub website.
- Jerslev, A., & Mortensen, M. (2022). Digital Influencers and the Shifting Terrain of Intimacy. Media, Culture & Society, 44(3), 567-586.
- Leaver, T., Highfield, T., & Abidin, C. (2022). Artificial Influence: Virtual Influencers and the Affective Labor of Automation. Social Media + Society, 8(2).